Se você, leitor, ainda não passou por isso, certamente passará. Mesmo que existam empresas modernas, descoladas, de “mente aberta” e criativas, o discurso não evoluiu muito. Mentira, trocam-se algumas palavras na ordem da frase. Mas, como todos sabem bem, a famigerada “ordem dos fatores não altera o produto”. E o produto? Uma sensação de impotência e a pergunta que não cala: “onde foi que eu errei?”.
E aí? Onde foi que erramos e erraremos? Será que nessa Era Tecnológica que vivêmos, em que é possivel não só videoconferências, mas também robôs fazendo serviço doméstico, não é possível uma elaboração de uma resposta mais consistente?
Deixando de lado as generalizações – e talvez a minha falta de sorte, que não vem ao caso – vamos pensar nisso pelo tempo desse post. Vamos ver os dois lados dessa sinuca de bico.
De um lado, temos o estudante que, assumindo sua candidatura para a vaga “correta”, está diante da pergunta mais cruel de responder: ” fale um pouco sobre você”. E depois dessa etapa, ele que fala Inglês fluente, Espanhol intermediário, fez intercambio no exterior e – sem contar que está nervoso pra caramba – está terminando sua graduação, recebe o seguinte comunicado: “obrigada (o) pela sua entrevista, entraremos em contato” (aperto de mãos e sorriso amarelo).
Bom, para não falar aqui da falta de resposta por parte da empresa – aquela que descobriu há algum tempo que pessoas, seres humanos, trabalham para ela -, o indivíduo, que recebe o tal contato escuta (ou lê) o seguinte: “obrigado (a) pela sua participação em nosso processo seletivo, porém seu perfil não se adequa às necessidades da empresa”.
Por que ele não foi selecionado? O que foi que ele fez ou não fez? Penso que, se o estudante ou candidato a emprego/estágio chegou até a última etapa da seletiva ou o que o valha, ele tem condições de receber uma resposta mais elaborada. Já que ele precisa ser muito qualificado para exercer funções que, às vezes, estão aquém de sua capacidade não me parece errado uma resposta elaborada dada pelo profissional que o entrevistou (muito mais qualificado que o entrevistado, em tese).
E no outro lado, A empresa. Não me parece tão humilhante para ela apontar os erros cometidos na entrevista ou as deficiências de habilidades encontradas no candidato. Generealizar não faz bem, até porque só os diferenciados são contratados. Então, por que a empresa, até para o seu posicionamento e imagem de marca, não passa a adotar uma política mais honesta e justa na seleção de seus funcionários?
Se soubermos onde erramos tanto temos a chance de corrigir, melhorar, adaptar. Críticas bem feitas são muito bem-vindas e nos fazem crescer. Empresas, vamos nos dar essa chance? Ou vocês não acham que a comunicação é a chave do negócio?